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Saúde Mental e Saúde Financeira: Equilibrando a Mente e o Bolso
texto por Mariana Celete
O que é Saúde Mental?
Antes de falar da importante relação entre Saúde Mental e Saúde Financeira, devemos entender o que é Saúde Mental. Podemos pensar a Saúde Mental por vários aspectos, mas gostaria de começar trazendo o conceito da Organização Mundial da Saúde (OMS) que a define como
“um estado de bem-estar em que o indivíduo realiza suas capacidades, supera o estresse normal da vida, trabalha de forma produtiva e frutífera e contribui de alguma forma para sua comunidade”.
Este conceito pode parecer simples e as vezes até óbvio, mas na prática pode não ser tão simples assim. O debate sobre a importância de falarmos sobre a saúde mental têm aumentado nos últimos anos, mas o sofrimento psíquico continua sendo pouco reconhecido e legitimado não apenas no senso comum, mas também nos ambientes familiares, de trabalho e até nas políticas públicas. Quantas vezes já ouvimos: “Você não tem nada, isso é só psicológico”; “isso tudo é coisa da sua cabeça “ou “se você realmente se esforçar, você vai sair dessa”. Poderia ficar descrevendo inúmeras situações e falas ainda muito recorrentes, onde fica claro que esta conscientização ainda precisa ser muito disseminada.
A importância da prevenção
No mundo ideal, a prevenção ainda é uma grande alternativa. Reconhecer e valorizar que a forma como conduzimos a nossa vida, a forma como elaboramos e lidamos com nossas emoções são essenciais para prevenir, perceber e tratar daquilo que nos afeta.
O processo de adoecimento nunca acontece de uma hora para outra e sem nos avisar. Começamos com algum incômodo, uma tensão, uma alteração no apetite, no sono e até alterações nos nossos exames; acarretando futuras doenças. Se escolhermos um caminho de negligências, mais cedo ou mais tarde esta conta chega, seja ela pela via física ou emocional; afinal temos a tendência de deixar estas questões de lado, acreditar que vai passar, ou que é apenas uma fase.
O que isso tem a ver com Saúde Financeira? T-U-D-O
A relação entre saúde mental e a forma como lidamos com o dinheiro é uma via de mão dupla, pois ambas têm um fator comum: as emoções! Quem nunca ouviu a seguintes frases: “Hoje foi um dia tão difícil, eu estou merecendo comprar alguma coisa”, “Estou tão feliz, vamos comemorar sem pensar no amanhã” ou ainda “Dinheiro foi feito para me fazer feliz”. São inúmeros os exemplos que posso relatar, mas o que quero dizer é que muitas vezes o que sentimos têm influência direta na forma pela qual administramos nosso dinheiro.
Ter saúde mental é não viver em função do dinheiro, nem viver sem pensar nele. É ter parcimônia, controle, saber fazer escolhas e saber aproveitar tudo que ele nos traz. É inevitável, vivendo em um mundo capitalista, que precisemos saber lidar com o dinheiro. Mas ele não deveria ser o motriz da nossa vida. Saber o que nos inspira, o que nos motiva, o que nos faz acordar todos os dias deveria vir em primeiro lugar. Em seguida, podemos pensar que o dinheiro pode ser capaz de me ajudar a realizar muitos sonhos; mas que ele também deve ser capaz de me levar até o futuro.
Lembro de ter trabalhado, em consultório, muitos casos onde a forma de se relacionar com o dinheiro não era sadia. Um caso específico me chamou bastante atenção na época – um homem, na meia idade, muito bem-sucedido profissionalmente me procurou porque havia passado a vida inteira almejando crescer e fazer muito dinheiro. Passou grande parte da vida com este objetivo e quando foi alcançado, percebeu que estava sozinho. Não construiu uma família, não manteve seus amigos e os pais estavam bem idosos. Sentiu um grande vazio e percebeu que ter o dinheiro que queria, mas viver sozinho, não fazia o menor sentido.
Para mim, o grande segredo da vida emocional e financeira é saber elaborar o que nos aconteceu no passado, para que no presente eu seja livre para construir o meu futuro.
Quer saber mais?
Durante o mês de setembro, decidimos trazer o tema da saúde mental de uma perspectiva diferente: durante os seis anos de trajetória da Crescento, apoiando pessoas e empresas com acompanhamento financeiro, pudemos perceber o quanto a saúde mental e as emoções também afetam a vida financeira. Pensando nisso, convidamos dois profissionais experientes, o Psiquiatra David Sender e a Psicóloga Neíla Kessler para uma bate-papo sobre Saúde Mental e Saúde Financeira. O papo tá muito rico e você pode conferir clicando aqui.
Se quiser acompanhar os melhores momentos dessa conversa que traz dados, experiencias e dicas úteis veja spoliers aqui.
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